Carta de Esclarecimento

A Associação Nacional da Indústria Cerâmica (Anicer), instituição representativa dos fabricantes de cerâmica vermelha, recebeu com certa surpresa as informações expostas durante a exibição do programa É de Casa, da Rede Globo, exibido na manhã do dia 27 de fevereiro de 2016. Em decorrência dos fatos, esclarecemos que:

A comparação do bloco estrutural de concreto com o bloco de vedação cerâmico é equivocada, pois possuem funções distintas. O designer classificou o bloco cerâmico por furos, quando na verdade deveria ser classificado por dimensões, e a comparação deveria ter sido feita entre blocos com as mesmas dimensões e funções, ou seja, bloco estrutural de concreto com bloco estrutural cerâmico.
A argamassa para assentamento de blocos estruturais, de concreto ou cerâmicos, é exatamente a mesma.
A velocidade de execução do bloco cerâmico é muito maior durante toda a operacionalização porque ele é até 50% mais leve. Além disso, economiza energia no transporte das fábricas para os canteiros de obras, nos elevadores dos canteiros, como também no decréscimo do custo das fundações.
O acabamento é uma questão de estética do ambiente. Também existem blocos e tijolos cerâmicos para utilização aparente, além de uma vasta gama de produtos cerâmicos disponíveis no mercado.
Com relação ao prumo da alvenaria, também não há diferença entre os produtos, pois o fundamental é que ambos sigam a norma do produto determinada pela ABNT. Se o produto, independente de ser cerâmico ou concreto, não estiver dentro da tolerância de planeza estabelecido pela norma, significa que está fora do padrão, ou seja, é inadequado.

A Anicer é mantenedora dos Programas Setoriais da Qualidade (PSQs) de Blocos e Telhas cerâmicas, que integram o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), do governo federal. O PSQ qualifica os produtos que estão em conformidade com a norma da ABNT NBR 15.270, sendo que a indústria da cerâmica vermelha é o setor da construção civil com o maior número de empresas qualificadas pelo PSQ: 227 fábricas de blocos e telhas cerâmicas, além de outras 40 que estão com o processo de qualificação em andamento. Ressaltamos que o cliente deve exigir que o produto esteja em conformidade com a norma ABNT NBR 15.270, independente da empresa estar qualificada.

Segundo a Avaliação do Ciclo de Vida dos Produtos Cerâmicos - ACV comparativa, realizada pela Quantis, empresa canadense de consultoria especializada em ACV, os produtos cerâmicos causam menos impacto ambiental do que os produtos de concreto, com relação às mudanças climáticas, ao esgotamento dos recursos naturais e à utilização de água. A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma ferramenta padronizada pela ISO 14040, que fornece uma base científica fundamental para a avaliação do impacto ambiental de um produto. O estudo avalia a carga ambiental associada ao produto, levando em conta todas as etapas de seu ciclo de vida, desde a extração das matérias-primas para a fabricação do produto à extensão de sua vida útil, até o descarte final. A ACV foi realizada conforme os procedimentos internacionais organizados pela International Life Cycle Partnerships for a Sustainable World (UNEP/SETAC) e pela International Organization for Standardization (ISO). No Brasil, as normas relacionadas a ACV estão contempladas na ABNT NBR ISO 14040: 2001 e na ABNT NBR ISO 14044. Esta ferramenta compreende fundamentos para o desenvolvimento e a melhoria de produtos, para o verdadeiro marketing ambiental e para ajudar o consumidor na escolha entre os diferentes tipos de produtos.

Hoje, a indústria de concreto possui altas emissões de CO2 na reação química ou calcinação, percorre distâncias maiores para distribuição e se utiliza de combustíveis fósseis para a produção de cimento.

Em contrapartida, a Indústria cerâmica utiliza crescentemente biomassas alternativas e contribui na queima de resíduos orgânicos de outras indústrias, principalmente advindos do agronegócio e da indústria moveleira, evitando a emissão de gás metano, com potencial de aquecimento atmosférico 21 vezes maior que o CO2. Os resíduos da indústria cerâmica são considerados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama (Resolução nº 307 / 2002) como CLASSE A, ou seja, resíduos reutilizáveis ou recicláveis. Os produtos cerâmicos para uso na construção civil são ideais para edificações realmente sustentáveis, pois possibilitam grande economia na energia utilizada para o resfriamento (ar condicionado) das edificações, devidos as suas excelentes propriedades de isolamento térmico.

Diante de tudo o que foi exposto, solicitamos aos diretores, produtores e apresentadores deste programa, que seja dada a devida atenção ao tema, e que da próxima vez, as informações sejam melhor apuradas para evitar a divulgação de inverdades aos telespectadores.

Blocos Estruturais Cerâmicos

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