Um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que se tornará linha de pesquisa de Mestrado aposta na possibilidade de utilizar o lodo (resíduo proveniente do tratamento de água) e a escória de aciaria de Forno Elétrico a Arco – FEA (impurezas geradas na siderurgia, na transformação de ferro em aço) como composto na fabricação de tijolos maciços.

O estudo é uma iniciativa do aluno do último ano de Engenharia Civil da Universidade de Sorocaba (Uniso), Michel Hitoshi Watanabe. “A principal intenção da pesquisa é poder incorporar materiais que são nocivos ao meio ambiente e transformar em produtos inertes, além de reduzir a quantidade de argila extraída no meio ambiente”, diz Watanabe.

Segundo o estudante, o aumento populacional, principalmente nas áreas urbanas, proporcionou um grande déficit na gestão do saneamento básico tornando-se, assim, um dos principais problemas sociais e ambientais do País. Enquanto as Estações de Tratamento de Afluentes (ETA) geram resíduos que normalmente são despejados em aterros sanitários ou rios, a escória em contato com o solo pode contaminar a superfície e o lençol freático.

O projeto foi concluído no final do ano passado, em conjunto com a sua Iniciação Científica, que seguiu a mesma linha de estudo. Foram 18 meses de pesquisas, experimentos e ensaios. Em novembro, Watanabe recebeu os resultados com ótimo desempenho com a utilização da escória.

Os testes realizados seguiram o padrão da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e foram realizados na Uniso juntamente com o apoio de uma empresa de consultoria, Alfa Engenharia, formada por ex-alunos da universidade e pelo laboratório de ensaios Qualitec.

“A continuidade do trabalho agora será em nível de Mestrado, onde pretendo realizar outros ensaios”, diz. Segundo o aluno, é importante ressaltar que este projeto foi apenas uma demonstração e verificação da possibilidade do aproveitamento do lodo de ETA e da escória de aciaria de FEA em tijolos cerâmicos. “Ambos os materiais possuem enxofre, manganês e fósforo, sendo necessário saber como será seu comportamento no decorrer do tempo em uma construção”, finaliza o aluno, que foi orientado pelo professor Dr. Haroldo Lhou Hasegawa, coordenador do curso de Engenharia de Materiais da Uniso.

Fonte: G1

michel_1