A crise econômica afetou as cerâmicas de Campos. Pelo menos 30% dos 6 mil trabalhadores que as mais de 120 fábricas empregavam, segundo estimativa do Sindicato dos Ceramistas, já foram demitidos. A desaceleração do setor, considerado o maior polo industrial do estado do Rio de Janeiro, foi relatada em artigo pelo secretário municipal de Controle Orçamentário e Auditoria, Suledil Bernardino, e confirmada pelo 2º vice-presidente da Anicer e presidente do Sindicer Campos dos Goytacazes,  Amaro da Conceição de Souza.

Souza disse, em entrevista ao jornal O Diário, que os custos de produção, como energia elétrica, subiram e as vendas caíram. “Produzimos para vender, mas não tem comprador. A conta de luz de uma fábrica que produz de 800 mil a um milhão de tijolos subiu de R$ 13 mil para R$ 25 mil e, por isso, está muito difícil continuar trabalhando. Estamos tentando nos adequar à realidade para sobreviver”.

Em seu artigo, publicado no site Campos24Horas, Suledil diz que a produção está menor em torno de 30% e o mais grave: devido à oferta maior do que a procura dos tijolos produzidos pelas cerâmicas, o preço do mileiro caiu mais de 20%, diminuindo substancialmente a margem de lucro. “O efeito desta crise reflete, diretamente, no comércio varejista da nossa cidade, provocando redução das vendas e contribuindo para desaceleração do consumo”, afirmou o secretário, destacando que é importante que o Governo Federal volte a investir mais intensamente no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, como forma de provocar o crescimento da produção do setor.

A prefeitura, segundo ele, diminuiu o ritmo de algumas obras, mas não parou com as do setor de educação, com construção de novas creches e escolas modelo, absorvendo parte da produção das olarias. “Com isso, valoriza um setor que é tradicional no município, contribuindo para manter postos de trabalho”.