Na cidade de Panorama (SP), a produção de tijolos no polo cerâmico da região, que era de 47,5 milhões de peças ao mês, teve uma queda de quase 50% neste ano, cerca de 25 milhões de tijolos ao mês. As informações são da cooperativa das Indústrias Cerâmicas do Oeste Paulista (Incoesp). Em uma única unidade, a produção mensal de tijolos que era de 560 mil peças no ano passado, agora está 40% menor.

A situação acaba por refletir na compra de argila, a matéria-prima do segmento. “Nos anos anteriores, era consumido de 90 mil até 100 mil metros cúbicos por mês. De janeiro de 2015 até julho, está sendo consumindo de 50 mil até 60 mil metros cúbicos por mês”, afirma o diretor da Incoesp, Milton Salzedas.

Além disso, há queda gradual no número de cerâmicas em atividade, ainda segundo a cooperativa. Cinco anos atrás, eram 147 fábricas; atualmente apenas 85 estão funcionando. A crise vem atingindo o setor gradativamente. A mão de obra também é afetada com o cenário econômico. O quadro de funcionários de uma cerâmica da região sofreu uma redução de quase 30%. Cinco pessoas foram demitidas somente este ano. “O empresário tem que fazer as contas. Se ele não estiver produzindo e vendendo a um valor que sustente a fábrica ele terá que demitir ou fechar”, conta a proprietária do local, Sebastiana Merejolli.