Segundo um estudo feito pelo Departamento da Indústria da Construção (Deconcic), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Produto Interno Bruto (PIB) teve queda real de 2,7% no primeiro trimestre de 2015 ao comparar com o mesmo período do ano passado. O levantamento mostra estimativas de investimento em obras, do PIB e do emprego na cadeia produtiva no primeiro trimestre deste ano.
O diretor titular do Deconcic, Carlos Eduardo Auricchio, afirma estar preocupado com o cenário e o que o governo prometer é preciso ser cumprido, pois a insegurança e a instabilidade do país já são altas demais. “Não sei se precisamos de uma nova lei ou aperfeiçoar as que existem, mas é necessária mais seriedade com as linhas de despesas para o setor. Estamos vivendo uma crise econômica somada a uma crise política que gera incertezas em todo o país”, explica.
A cadeia da construção ocupa 13,5% de toda força de trabalho do Brasil e movimentou nos três primeiros meses o valor de R$253,6 bilhões, segundo o estudo. A indústria de materiais e as construtoras, que juntas detinham 51,4% do PIB setorial, foram as que mais contribuíram para a retração, com queda de 8,1% e 4,5%, respectivamente. Além disso, há registro de perda de 431 mil postos de trabalho, tendo a construção informal e as construtoras como principais segmentos responsáveis pela queda.
Na opinião de Auricchio, o que puxou a queda do PIB setorial da cadeia e é o desemprego foi é a falta de investimentos em obras, os juros superelevados, a inflação alta e o atraso nos pagamentos do governo às construtoras. Ele também explica que houve baixa também na participação no PIB geral do Brasil, de 10,5% no primeiro trimestre de 2014 para 10,1% no primeiro trimestre de 2015. “Acreditamos que o segundo semestre deva piorar e atingir também os setores de comércio e serviços”, conclui.