Diante da atual crise econômica do País, o ganho de produtividade é fator determinante para garantir o desenvolvimento do Brasil nos próximos anos. Especificamente para o setor da construção, que desde 2011 registra uma desaceleração expressiva, a importância da produtividade também é evidente, porque ela incorpora eficiência ao processo produtivo, reduzindo custos. “Apropriar e avaliar a produtividade dos fatores de produção, em especial a mão de obra, é indispensável para o setor da construção, porque você incorpora eficiência e impacta na queda dos custos”, destaca o coordenador do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Daniel Furletti.

Outro fator que precisa ser considerado na questão da produtividade é o do aumento do envelhecimento da população brasileira versus a diminuição da população economicamente ativa que, necessariamente, terá que produzir mais para garantir a sustentabilidade da economia no longo prazo. Há também a questão da informalidade, um dos principais obstáculos ao crescimento econômico. O primeiro passo para compreender a informalidade e seus efeitos reside no entendimento do conceito de produtividade.

Em função disso, e como a sustentabilidade da economia nacional depende do investimento que passa pela indústria da construção e quanto mais produtividade maior o PIB Potencial, ou seja, maior a capacidade de o País crescer a taxas maiores e por períodos mais longos, a CBIC encomendou à FGV Projetos um estudo sobre a Evolução da Produtividade, da Eficiência Técnica e do Progresso Tecnológico na Construção Civil. “Ter ganho de produtividade significa crescer sem pressionar os custos e melhorar salário e renda dos trabalhadores, sem que isso represente aumento de custos para as empresas”, menciona o economista da CBIC, Luís Fernando Melo Mendes. Do contrário, já sabemos, “baixa produtividade na economia significa reduzir o potencial que o País tem de crescer”, reforça Melo Mendes.

O trabalho é uma atualização da pesquisa realizada pela FGV em 2012 sobre “A Produtividade da Construção Civil Brasileira”, que tratava da produtividade da indústria de 2003 a 2009. Trata-se de uma avaliação da produtividade da construção ao longo dos últimos anos (até 2012), por meio da mensuração da produtividade das empresas tanto para o fator de produção mão de obra quanto para o capital.

O estudo, segundo a economista da FGV, Ana Maria Castelo, está focado no acompanhamento da produtividade da indústria da construção, na perspectiva do indicador da Produtividade Total dos Fatores, que dá a medida da eficiência das empresas ao longo do tempo. Tem como foco as empresas e o segmento da construção. “Esse acompanhamento é determinante na capacidade de crescimento das empresas do setor e na capacidade de retomada do crescimento”, reforça Ana Castelo.

Fonte: CBIC