O Índice de Confiança da Construção (ICST) avançou 1,6 ponto entre outubro e novembro, ao passar de 68 para 69,6 pontos, segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado sucede quatro recuos seguidos, que haviam levado o índice ao nível mínimo histórico no mês anterior.

A melhora do índice foi influenciada pelo movimento ascendente dos dois índices que o compõem: o Índice de Expectativas (IE-CST) apresentou crescimento de 2,1 pontos, em novembro, alcançando 72,9 pontos (contra 70,8 pontos, em outubro). O Índice da Situação Atual (ISA-CST) atingiu 66,9 pontos, em novembro, uma alta de 1,1 ponto, em relação ao mês anterior (65,8 pontos). Em nenhum dos casos, no entanto, houve mudança da tendência dos indicadores quando medidos em médias móveis trimestrais.

A elevação do IE-CST ocorreu majoritariamente no componente que capta o grau de otimismo em relação à evolução da demanda nos três próximos meses, que cresceu 2,8 pontos, entre outubro e novembro, atingindo 71,6 pontos. No caso do ISA-CST a maior contribuição para a alta de novembro foi dada pelo indicador que mede o grau de satisfação das empresas com a situação atual dos negócios, que subiu 1,5 ponto em relação ao mês anterior, atingindo 68,3 pontos.

“Vários indicadores da Sondagem apresentaram alguma melhora em novembro.  No entanto, a confiança setorial continua em patamar muito baixo – bastante inferior ao alcançado 12 meses atrás, e não há elementos que permitam vislumbrar uma mudança mais significativa do cenário de retração dos investimentos, possibilitando uma recuperação consistente da atividade,” observou a coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBR, Ana Maria Castelo, em comunicado.

Em outubro, os números da pesquisa CAGED/MTE, referentes ao setor da Construção, mostraram um recorde negativo de demissões no ano: o setor registrou o fechamento líquido – admissões menos demissões – de mais de 250 mil postos. O recorde negativo para o mês de outubro coincidiu também com o pior resultado do indicador de mão de obra prevista para os próximos três meses (67 pontos).

Em novembro, junto com a melhora no indicador de confiança, houve também uma redução nas assinalações de demissões por parte dos empresários. “Embora o resultado seja ainda insuficiente para se identificar um ponto de virada, com dados em médias trimestrais, este aspecto positivo da edição de novembro da Sondagem pode sinalizar uma suavização no ritmo de queda do emprego no setor ao longo dos próximos meses”, diz a pesquisa.