A queda de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre repercutiu em todos os setores da economia. Para os pequenos negócios, a solução no curto prazo é a concessão maior de crédito. A opinião é do presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, para quem, na ausência de crédito, a crise afetará ainda com mais força as micro e pequenas empresas. Ele lembra que, apesar de ainda manter saldo positivo de 70 mil empregos em 2015, nos últimos dois meses os pequenos negócios mais demitiram do que contrataram.
“As micro e pequenas empresas são as que menos socorro têm. Para os pequenos, o crédito caiu vertiginosamente. Os bancos acham que aplicar no pequeno é risco. Isso vai criar um problema muito sério, porque o emprego está nas micro e pequenas empresas”, diz Afif, referindo-se ao fato de o setor ser responsável por 52% dos empregos formais no país. Apesar de medidas estruturais para melhorar a perspectiva a médio e longo prazo, como o Crescer sem Medo – PLC 125, em tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado – é preciso buscar soluções imediatas, defende.
“Quem financia a micro e pequena empresa é o fornecedor, depois vem o cheque pré-datado, (além do) cartão de crédito e o cheque especial, que cobram juros de agiotagem institucionalizada. E o crédito bancário para capital de giro sai a 60%, 70% ao ano. Isso significa que, em período de crise, em vez de dar oxigênio para o empreendedor respirar, estamos enfiando uma mangueira na boca para ele se afogar. Se não houver crédito, vamos aprofundar muito a recessão”, alertou.
Fonte: Sebrae