A Anicer demonstra profunda preocupação com a crise que o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) vem enfrentando, uma vez que o governo mantém sistematicamente atrasos no repasse de recursos às construtoras e apresenta dificuldades de realizar novos investimentos. O Minha Casa Minha Vida tem sustentado o mercado imobiliário nos últimos anos e apesar de corresponder a 70% da construção civil do país, para 2020, o orçamento prevê investimentos de apenas R$19,4 bilhões. O montante equivale a 50% do valor de 2019.
Segundo os construtores, 512 empresas estão afetadas pelos atrasos dos repasses do MCMV. Juntas, elas tocam cerca de 900 obras e empregam mais de 200 mil funcionários. A dívida com as construtoras passa de R$ 500 milhões, débito que, dificilmente, será honrado tão cedo, com a não priorização do programa pelo Ministério da Economia. Sem dinheiro, várias construtoras ameaçam demitir empregados nos próximos dias. Dados da Cbic apontam que por falta de R$ 19 milhões de aporte do setor público, tenha-se deixado de contratar mais de R$ 5 bilhões. São milhares de empregos perdidos.
Sendo assim, nós que representamos o setor de cerâmica vermelha, pedimos um melhor alinhamento de ações envolvendo a Caixa Econômica Federal, Ministério do Desenvolvimento Regional e Ministério da Economia e um maior empenho na consolidação de iniciativas efetivas, pelo retorno do desenvolvimento da construção civil brasileira.