Emprego e utilização da capacidade operacional também apontam para recuperação do setor.
Confiança está elevada e disposição para investir continua no maior nível desde outubro de 2014

Mesmo com as esperadas quedas em janeiro, os indicadores de atividade, emprego e utilização da capacidade operacional da indústria da construção apontam para a recuperação do setor. O índice de nível de atividade ficou em 47,5 pontos no mês passado, e é 3,5 pontos superior ao registrado em janeiro de 2019. O índice de número de empregados atingiu 47,3 pontos. O indicador está 4,8 acima do verificado há um ano e é o maior registrado em um mês de janeiro desde 2013, quando alcançou 49 pontos. As informações são da Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta quinta-feira, 27 de fevereiro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Quando estão abaixo dos 50 pontos, mostram queda na atividade e no emprego.   “A redução na atividade da indústria da construção em janeiro não surpreende. O mês é tradicionalmente desfavorável para o setor por conta do volume de chuvas, das festas de fim de ano e do intenso movimento das estradas”, diz a pesquisa.

Conforme a Sondagem, a ociosidade do setor também diminuiu. O nível de utilização da capacidade operacional subiu para 60% em janeiro e é 5 pontos percentuais maior do que a do mesmo mês de 2019. Nas grandes empresas, o indicador alcançou 64% e está 9 pontos percentuais acima do registrado em janeiro do ano passado.

“A recuperação da indústria da construção é resultado da estabilidade da economia e, sobretudo, da redução dos juros. A previsibilidade econômica e os juros baixos são importantes para o planejamento de longo prazo exigido pelo setor”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo.

CONFIANÇA E EXPECTATIVAS – Diante deste cenário, os empresários mantêm o otimismo. O Índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção) caiu 1,1 ponto em relação a janeiro e ficou em 62,9 pontos em fevereiro. Mesmo assim, o índice continua 9,1 pontos acima da média histórica e supera em muito a linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança.  

Além disso, os indicadores de expectativas continuam acima da linha divisória dos 50 pontos, que separa o otimismo do pessimismo. Isso mostra que os empresários esperam o crescimento da atividade, de novos empreendimentos e serviços, da compra de matérias-primas e do número de empregados.

O indicador de intenção de investimento ficou estável em 44,4 pontos, o maior patamar desde outubro de 2014. O índice é 8,4 pontos superior ao registrado em fevereiro de 2019 e supera em 10,2 pontos a média histórica. O indicador de intenção de investimentos varia de zero a cem pontos. Quanto maior o índice, maior a disposição dos empresários para investir.

Esta edição da Sondagem Indústria da Construção ouviu 478 empresas do setor entre 3 e 12 de fevereiro deste ano. Entre as indústrias entrevistadas, 168 são pequenas, 202 são médias e 108 são de grande porte. A pesquisa é feita em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).