Em 2020, diminuiu o número de consultas, mas aumentaram o percentual de atestados e a quantidade de dias de afastamento. Desde 2012, o Seconci-SP (Serviço Social da Construção) realiza pesquisa anual sobre os motivos de afastamento dos trabalhadores de empresas da construção civil. Em 2019, foram feitas 80.154 consultas médicas não ocupacionais na Unidade Central da entidade, localizada na capital paulista, que resultaram em 6.410 atestados. Assim como nos anteriores, a especialidade recordista foi a clínica médica (70,8%), seguida da ortopedia (8,9%), refletindo o perfil de utilização.

Por sua vez, 2020 foi impactado diretamente pela pandemia da Covid-19. O número de consultas ficou na ordem de 47.300, sinalizando uma redução de 40% em relação a 2019. O percentual de atestados em relação às consultas, em 2019, foi de 12,5%. Em 2020, houve um aumento, atingindo 16%. E, pela primeira vez, as doenças do aparelho respiratório (27,1%) superaram as causas ligadas à ortopedia (19%).

A superintendente do Iepac (Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana) do Seconci-SP, dra. Norma Araujo, responsável pela coordenação do estudo, explica que a queda do número de consultas foi em grande parte decorrente do comportamento da população que, preocupada com o contágio da Covid-19, evitou ao máximo procurar os serviços de saúde. “Isto ocorreu mesmo que o Seconci-SP tenha mantido o atendimento com a observância rigorosa de todos os protocolos sanitários preconizados pelos órgãos de saúde, o que, aliás, foi reconhecido pelas empresas do setor”.

O Seconci-SP, desde o início da pandemia, se estruturou para atender os trabalhadores com sintomas suspeitos da doença, oferecendo também orientações de como proceder. “Essa iniciativa se refletiu no número de casos atendidos e que geraram afastamento, assim como nos meses de maior volume de emissão de atestados (maio, junho e julho), coincidindo com o ápice da pandemia em 2020 e também na média de dias de afastamento (3,4), superior aos 1,8 registrados em 2019”.

Apenas dois itens não foram afetados, a concentração da emissão de atestados na segunda-feira e a prevalência na faixa etária de 30 a 59 anos, representando cerca de 60%. “Em 2020, completamos oitos anos dessa série histórica. Embora tenha sido um ano atípico, esse estudo reflete a utilização dos serviços médicos da entidade pelos trabalhadores da construção civil e também como foi a atuação do Seconci-SP, reafirmando seu papel como parceiro e apoiador do setor, quando o assunto é saúde e prevenção”, avalia dra. Norma.

Fonte: Seconci-SP