O Copom (Comitê de Política Monetária) aumentou, na última quarta-feira (27), a taxa Selic em 1,50 ponto percentual, chegando a 7,75% a.a. De março a outubro, a taxa já contabiliza uma alta de 5,75 p.p.
Desde dezembro de 2002, o Comitê não aumentava a Selic acima de 1,0 p.p. Como nas duas últimas reuniões do Copom os juros foram aumentados em 1,0 ponto percentual, a expectativa do mercado era de que esse ritmo fosse mantido até dezembro.
Mas isso se reverteu após uma semana conturbada no mercado financeiro, com as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que deverá furar o teto de gastos e da divulgação da prévia para a inflação de outubro. Com isso, o reajuste da Selic acabou sendo maior que o esperado.
As declarações de Guedes causaram muitas incertezas em relação às contas públicas e as consequências no cenário macroeconômico do país podem ser muito prejudiciais à economia, como a desvalorização cambial, a inflação ainda mais elevada e, consequentemente, a necessidade de aumentar ainda mais a taxa de juros.

*Foto: Marcello Casal Jr | Agência Brasil