Desde o anúncio feito na última terça-feira (22) pelo ministro Paulo Guedes, de que estudava liberar o saque de recursos para os brasileiros quitarem suas dívidas, o Ministério da Economia não parou de receber cartas enviadas por representantes de empresas e entidades da construção civil alertando sobre as consequências dessa ação.

Para o setor, o Fundo representa a garantia do patrimônio do trabalhador e gera oportunidades para novos postos de trabalho formais. E por participar da expansão da infraestrutura no país, permitindo acesso à moradia digna aos cidadãos, também contribui para tornar as cidades mais seguras e salubres.

De acordo com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, o FGTS não deve ser percebido como complemento de renda. “É funding para investimentos, é geração de bem-estar, emprego e renda para a população”, enfatizou. Segundo Martins, o que está se fazendo é criar a falsa impressão de que o saque irá ajudar na economia. “Não é verdade. Fizemos em outros momentos análise posterior e o pequeno ganho que traz é muito inferior ao que perdemos. Perde-se o emprego gerado na contratação de habitações e saneamento. Emprego este que gera renda numa cadeia horizontal, capilaridade, com efeitos imediatos que se propaga por toda economia”, destacou.

Martins reiterou ainda que o Fundo foi feito para investimento e que tais investimentos não podem ser interrompidos por medidas que, apesar de bem-intencionadas, não resultarão em emprego e renda sustentáveis para a população.