O Sindicato das Indústrias de Cerâmica Vermelha Para Construção do Estado do Rio Grande do Norte (Sindicer-RN) reuniu ceramistas de todo o Rio Grande do Norte na manhã desta sexta-feira (21), na Casa da Indústria, para apresentações e debates sobre temas relevantes para o setor. As mudanças no programa de habitação Minha Casa, Minha Vida, e a proposta do Governo do Estado de cobrança pelo uso da água bruta formaram a pauta do encontro.
A reunião, liderada pelo presidente do Sindicer-RN, Vinícius Aragão, contou com a presença do diretor 1º tesoureiro e presidente eleito da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz; do vice-presidente da FIERN, Pedro Terceiro Melo, que também é vice-presidente do Sindicer-RN; e do deputado estadual Coronel Azevedo.
No debate sobre a proposta de cobrança pela água bruta, Roberto Serquiz falou sobre a assessoria contratada pela Federação para avaliar o impacto que a cobrança causaria à indústria potiguar. “Sabemos que a situação está posta em debate e precisamos avançar, com fundamento técnico, identificando o valor adequado considerando as especificidades de cada setores, inclusive com a possibilidade de isenção” afirmou Serquiz.
O presidente do Sindicer-RN destacou a posição contrária do Sindicato à cobrança sobre uso de água bruta. “Nossa atividade é altamente consumidora de água e não temos estrutura de fornecimento de água por parte do Governo do Estado. Muitas cerâmicas buscam esse recurso de maneira independente, com investimento em transporte, bombas, consumo de energia e captação em poços ou rios, então não concordamos em tributar ainda mais uma indústria tão onerada e sofrida nos últimos anos com as reduções nas construções”, declarou.
Para Pedro Terceiro, caso a proposta de cobrança pela água bruta seja consolidada, é necessário direcionar adequadamente os recursos captados com a taxa. “Se a cobrança virar uma realidade, há a preocupação de haver uma regulamentação para aplicação devida dos recursos na melhoria da estrutura de abastecimento hídrico no Rio Grande do Norte, como aconteceu em outros estados que cobram pela água bruta”, pontuou.
Durante o encontro, Gabriel Wanderley, diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do RN (Sinduscon-RN), apresentou as mudanças no Minha Casa, Minha Vida, apontando as oportunidades para a cadeia produtiva da construção civil — que inclui o setor das cerâmicas. Ele também mostrou um estudo com dados sobre a evolução das contratações pelo programa MCMV ao longo dos últimos e prospecções para os próximos anos.
Sobre os dados apresentados, o presidente do Sindicer-RN destacou o entusiasmo do setor. “Os números muito animadores do Minha Casa, Minha Vida, apresentados no encontro de hoje, podem incrementar as vendas para a cerâmica e toda a cadeia da construção civil”, expressa Vinícius.
O diretor do Sinduscon-RN também avalia positivamente as alterações e aponta que, com mudanças no teto do valor dos imóveis e aumento de subsídios, a atividade deve aumentar e se interiorizar no estado. “O número de municípios a contratar por meio do programa deve crescer, então acredito numa boa retomada do mercado em 2024”, acrescenta Gabriel.
Além de ceramistas das quatro regiões do Rio Grande do Norte, também participaram da reunião os prefeitos de Carnaúba dos Dantas, Gilson Dantas, e de Várzea , Pedro Sales, como também Wellington Silva, vereador de Parelhas, e representantes de lideranças do poder público.
Fonte: FIERN