Controle de qualidade da fábrica se estende desde a matéria-prima até o produto acabado
Por Mellyna Reis
Com sede em Itapira, no interior de São Paulo, a Cerâmica Formigari atua no mercado da construção civil desde maio de 1988, ano em que foi fundada. No entanto, sua história começou em 1971, quando o imigrante italiano Pedro Formigari abriu uma olaria de tijolos. Em 1987, essa fábrica foi doada ao filho, João Batista Formigari, que por influência do avô materno e também ceramista, Anisio Canella, passou a produzir blocos de vedação, marcando assim o início das operações da Formigari.
Dirigida atualmente por Maria Ivonete Canella Formigari, Reginaldo Formigari e Ronalde Formigari, a empresa conta com 59 funcionários, que produzem cerca de sete mil toneladas de peças por mês, entre blocos estruturais, de vedação e canaletas. Os produtos são feitos com matéria-prima selecionada e alto padrão de qualidade. “Temos várias jazidas de argila de nossa propriedade, assim selecionamos as melhores para o processo”, explica o sócio-proprietário, Reginaldo Formigari.
Após essa seleção, as argilas são misturadas e passam por controles laboratoriais para certificar que estão dentro dos parâmetros para iniciar a preparação (pré-moagem) e, depois disso, novos testes são realizados antes que se inicie a extrusão. A empresa se dedica a manter um rígido controle de qualidade e processos que garantem produtos resistentes, de alta durabilidade e homogêneos.
A utilização de equipamentos modernos e a experiência da empresa no mercado resultam em economia para os clientes. O parque fabril possui extrusoras de última geração, carregador e descarregador de vagoneta, alimentação automática de secadores, linha de carregamentos e descarregamentos de vagões por robôs, paletização automática e fornos túnel. “Trabalhamos com maquinários de última geração e tecnologia europeia robotizada”, destaca o ceramista.
A Formigari mantém um investimento contínuo em qualidade, com o objetivo de garantir a satisfação do consumidor final e a fidelização de diversas parcerias com construtores, profissionais do ramo da construção, depósitos de materiais e outros. Essa política empresarial também é adotada para enfrentar a concorrência. “Produzimos blocos com mais qualidade que os concorrentes da região, sempre divulgando as vantagens de adquiri-los. Assim, conseguimos maiores volumes de venda com preços acima do praticado no mercado”, revela o empresário.
Alinhado a essa postura, a fábrica está com o processo em andamento para obter a qualificação no Programa Setorial da Qualidade – PSQ e a certificação no Inmetro. “Em épocas de crise, como a que estamos vivenciando hoje, manter padrões de qualidade é a melhor forma de mantermos nossas atividades e fidelizar clientes, além de garantir a sobrevivência da empresa”, enfatiza.
Os fornos da Cerâmica Formigari funcionam com cavaco de madeira (biomassa), sendo que todo o material é reaproveitado do descarte da indústria moveleira, da construção civil, serrarias, entre outras. Além de seguir à risca as exigências dos órgãos de proteção ambiental, a empresa realiza um programa de reflorestamento para recuperação do ecossistema da área de extração da argila, com o plantio de mudas nativas e respeitando as Áreas de Preservação Permanentes (APPs). Como os blocos produzidos não passam por nenhum tipo de transformação química, os resíduos da produção retornam ao processo produtivo após serem moídos.
A fábrica comercializa para a capital paulista, municípios vizinhos a Itapira e sul de Minas Gerais. Sua capacidade produtiva contribui economicamente para o desenvolvimento da região, gerando até 120 empregos indiretos. “A constante inovação da empresa faz com que a busca por qualificação, escolarização e capacitação dos nossos funcionários seja contínua e um exemplo ao setor e ao nosso município”, afirma Reginaldo. A formação da equipe inclui treinamentos no setor cerâmico e outros específicos como mecânica, elétrica, operação de máquinas; saúde laboral e periódicas palestras motivacionais.
Para os próximos meses, a direção da Formigari planeja reativar o forno túnel para ampliar a produção em 30% e concluir a qualificação. Por ora, as expectativas estão voltadas para receber os ceramistas que participarão da visita técnica durante o 45º Encontro Nacional da Indústria Cerâmica, no dia 27 de agosto. “Pra nós foi um orgulho recebermos esse convite. Esperamos atender as expectativas dos visitantes e contribuir com o setor cerâmico de maneira satisfatória”, almeja