Certificada pelo Inmetro há mais de 10 anos, fábrica abre as portas para os ceramistas durante o 45º Encontro Nacional, em Campinas/SP
Por Mellyna Reis
A tradição familiar, comum no setor da cerâmica vermelha, foi o que levou os irmãos Amilcar e Anibal Sontag a fundarem a Cerâmica Mundi, em 2002, na Estância Turística de Salto, distante 105 km da cidade de São Paulo. Com experiência de 30 anos de mercado, a Mundi é uma indústria que agrega alta tecnologia aos produtos. “Estamos no ramo há muito tempo, desde os nossos avós, quando tínhamos uma olaria tocada à ‘pipa’. Depois meu pai construiu a cerâmica Saltense e a Mandi, e nós construímos a Mundi”, conta Amilcar, que é quem dirige a parte industrial.
Com mais de 90 funcionários, a fábrica é hoje a única cerâmica de telhas em atividade no município. A empresa, que começou com dois tipos de telhas e agora produz quatro, equilibra o desafio de obter o máximo que a argila pode oferecer, com o mínimo possível de impactos ambientais, valendo-se de alta tecnologia.
O resultado disso pode ser observado na excelência dos produtos fabricados: as normas exigem as telhas cerâmicas a terem uma resistência mínima de 130 Kgf para telhas romanas e absorção máxima de 20%, mas as da Mundi chegam a 250 Kgf, com uma absorção otimizada em 13%”.
“A cerâmica Mundi fornece aos seus clientes telhas cerâmicas com a mais alta qualidade através da melhoria contínua de seus produtos, processos e relacionamentos”, enfatiza Sontag, esclarecendo que a argila é comprada e 100% moída.
Certificada pelo Centro Cerâmico do Brasil (CCB) desde 2005, a fábrica foi uma das escolhidas para receber a Visita Técnica dos ceramistas que irão participar do tour, durante o 45º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha, no dia 27 de agosto.
“Esta é uma forma de retribuir a visita dos ceramistas que tão bem me receberam em encontros anteriores. É com grande prazer que abrimos as portas de nossa fábrica e colocamos todo pessoal técnico à disposição para que a visita seja bastante proveitosa”, informa.
Operando atualmente em um turno, a Mundi está com uma produção mensal de 1,1 milhão de peças – telhas romana, portuguesa e americana –, distribuídas comercialmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A cerâmica já exportou para outros países, mas acabou optando por ficar restrita ao mercado nacional devido à burocracia que embarreirava os negócios. O parque industrial, instalado sobre uma jazida exaurida, dispõe de um forno túnel de 2,4m x 120m, cuja queima é feita com cavaco de madeira e gás natural. Também utilizam biomassa de reciclagem no processo de combustão e na secagem.
O marketing tem sido uma importante ferramenta na gestão da Mundi desde que esta foi fundada: os donos decidiram colocar um nome similar ao da antiga cerâmica, que pertenceu ao pai dos irmãos Sontag (Mandi), com o objetivo de incorporar a clientela. Agora, as ações de estratégia para trabalhar o posicionamento da empresa no mercado priorizam a qualidade dos produtos. “Estamos com o selo do Inmetro há bastante tempo. Fomos uns dos primeiros, e isso fez com que cada vez mais buscássemos mais aprendizado”, revela o diretor, ao ressaltar a importância de integrar o rol de cerâmicas certificadas pelo instituto. “É um selo de qualidade e isso nos enobrece muito, pois sabemos que estamos sendo honestos com nossos clientes”, frisa.
A busca constante pela qualidade é trabalhada inclusive no chão de fábrica, com o foco na revenda para construtoras, as quais exigem materiais qualificados. “Todo dia é dia de corrigir defeitos, sem esmorecer, pois erros acontecem e devem ser corrigidos o quanto antes”, afirma Sontag.
A responsabilidade social e ambiental também pauta a gestão da Mundi, que participa da Pastoral da Moradia, para onde faz doações de telhas, e já recuperou áreas de extração. O caráter familiar ainda se estende à administração dos recursos humanos. “A empresa funciona como uma família, onde sabemos dos problemas de cada funcionário, e estamos sempre abertos a ajudá-los”, enfatiza.