Cerâmica Sustentável é + Vida
Com meta inicial para executar 600 consultorias, o projeto chega ao final e supera todas as expectativas
Por Manuela Souza | Imagens: Divulgação
Foram 4 anos e 6 meses de muito trabalho, 641 consultorias realizadas, 3 vídeos que destacaram 9 casos de sucesso distribuídos por todo o Brasil, 1 Cartilha Ambiental e muitas histórias de superação e desenvolvimento para contar.
Nascido em 2013, o projeto “Cerâmica Sustentável é + Vida” (CS+V), uma iniciativa da Anicer em parceria com o Sebrae Nacional, passou a estimular a mudança do comportamento empresarial nas cerâmicas do país. O Projeto assessorou os ceramistas por meio de cinco consultorias, independentes entre si, com foco em: promoção da inovação tecnológica; eficiência energética; licenciamento ambiental; incorporação e tratamento de resíduos sólidos, biomassas e geração de crédito de carbono; e qualificação no PSQ/PBQP-H (Programa Setorial de Qualidade de Blocos e Telhas Cerâmicos, do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat, que é desenvolvido pelo Ministério das Cidades).
A viabilização do projeto foi fruto da união e representatividade das entidades parceiras, que se deu pelo assessoramento técnico da Anicer e o subsídio financeiro do Sebrae. Os resultados alcançados pelas empresas atendidas e o reconhecimento dos ceramistas que aderiram ao projeto mostrou o sucesso desta iniciativa. Logo, os donos de micro e pequenas empresas-cerâmicas começaram a investir na transformação do seu negócio e conseguiram colher importantes frutos para gerenciar as suas fábricas e torná-las ainda mais promissoras. “A consultoria apontou a necessidade de fazermos investimentos, como em automação, mudança do forno, na forma de controlar a queima, devido à pressão do forno. Também tivemos melhorias na qualidade e obtivemos o certificado de qualificação no PSQ”, explica o proprietário da Cerâmica Parapuan, Ralph Perrupato.
Sendo assim, foram implantadas nas empresas atendidas ações para fortalecer a economia do setor, através do acesso a práticas sustentáveis para maior conhecimento tecnológico dos processos produtivos, suas implicações em função da legislação ambiental vigente, que avalia os impactos ambientais da produção da cerâmica vermelha, e a melhoria da qualidade dos produtos oferecidos no mercado. Por consequência, estas medidas estimularam o desenvolvimento socioeconômico das regiões, através da geração de emprego e renda e da promoção do crescimento profissional dos colaboradores destas indústrias, atendidos pelo corpo técnico da Anicer durante as consultorias.
De acordo com o último Relatório do projeto, de junho de 2017, 641 consultorias foram concluídas de norte a sul do país. A meta era executar 600 consultorias. Destas captações, a região Sul foi a campeã de adesões, com 45%. Em seguida, aparece o Nordeste, com 22% de consultorias captadas. As regiões Norte e Sudeste aparecem com 16% e 15%, respectivamente. E, por fim, o centro-oeste com 2%.
Aumento da produtividade e modernização através da inovação tecnológica
Nas consultorias de Inovação Tecnológica, as empresas passaram por importantes transformações, como a estruturação do layout da fábrica, a modernização do processo produtivo e as melhorias nas áreas de saúde e segurança do trabalho.
Foram 214 consultorias realizadas, resultando em importantes avanços e no menor desperdício do recurso humano e material, como ocorreu na Cerâmica Parapuan: “Nós tivemos uma redução de custo da ordem de 30%. O preço não subiu e alguns custos, como energia elétrica, diesel e mão de obra, não temos como deixar de ter, então se ganha de outro lado”, apontou Perrupato.
Gestão ambiental para as cerâmicas
Atentos às legislações ambientais vigentes, não apenas pelo fato do problema ambiental ser um tema recorrente, mas pela importância que tem para que o setor se torne mais responsável diante dos impactos ambientais causados pela sua atividade, empresários buscaram a Consultoria Ambiental, resultando em 120 consultorias executadas. Os especialistas realizaram uma análise na documentação disponível na cerâmica para orientar quanto aos procedimentos a serem adotados para obtenção ou manutenção das licenças obrigatórias.
De acordo com a bióloga e especialista em gestão ambiental, Sandra Gazem, consultora do CS+V, a argila é um bem mineral esgotável, que se for extraído de forma irregular, sem medidas preventivas, pode trazer alterações negativas ao meio ambiente. “A natureza fornece a matéria-prima principal para a fabricação dos produtos cerâmicos, o que faz com que os ceramistas tenham um compromisso rigoroso com a recuperação dessas áreas degradadas. Para isso, se faz necessário a regularização das atividades de mineração, com execução de projetos-planos ambientais, obtenção das licenças ambientais e atender todos os itens e condicionantes destas”, explica.
Cerâmicas que participaram do CS+V
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