Vinte e quatro quadros
Antigas instalações do Matadouro Municipal de São Paulo agora são sede da Cinemateca Brasileira
Por Manuela Souza
Fundada à partir da criação do Clube de Cinema de São Paulo por estudantes do curso de filosofia da Universidade de São Paulo – USP, a Cinemateca Brasileira foi criada em 1940. Fechada pelo Estado Novo, foi incorporada em 1984 ao governo federal, vinculada ao Ministério de Educação e Cultura e hoje está ligada à Secretaria do Audiovisual.
Sede da Cinemateca desde 1992, o edifício histórico do século XIX do Matadouro Municipal foi reformado para garantir a recuperação física das instalações que receberiam o acervo da Instituição. A obra foi capitaneada pelo arquiteto Nelson Dupré, que optou por não restaurar o que poderiam ser elementos originais da edificação e sim assimilar e evidenciar as alterações realizadas ao longo dos anos.
Para não entrar em conflito com os blocos cerâmicos da construção, Dupré optou por utilizar grandes janelas de vidro. Além disso, a cobertura que conecta os três galpões também foi revestida com vidro, o que possibilita a entrada de luz nos antigos armazéns. As janelas laterais e frontais são estruturadas com esquadrias metálicas e vidros. Toda a parede mantém uma irregularidade que mostra fechamentos efetuados em períodos de tempo diferentes.
A construção é tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo – Condephaat. A Cinemateca Brasileira possui o maior acervo de imagens em movimento da América Latina, formado por cerca de 200 mil rolos de filmes, que correspondem a 30 mil títulos. São obras de ficção, documentários, cinejornais, filmes publicitários e registros familiares, nacionais e estrangeiros, produzidos desde 1895.