Formado em Administração de Empresas pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Ricardo Leite é sócio-fundador, presidente e estrategista chefe da agência HyTrade Marketing & Comunicação, responsável pelo planejamento estratégico, marketing, vendas, relacionamento com stakeholders e desenvolvimento de novas oportunidades de negócios, além de palestrante e autor do e-book: “Como criar uma Estratégia Vencedora de Marketing de Conteúdo”. É ainda editor do blog da HyTrade e demais conteúdos publicados pela agência.
Por Manuela Souza | Fotos: Divulgação
O que você irá abordar em sua palestra no 44º Encontro Nacional?
Fiquei muito feliz com o convite para palestrar no 44º Encontro Nacional pela oportunidade de levar ao público e associados alguns assuntos que devem ser novidade para a maioria. Minha palestra abordará como as técnicas de marketing de conteúdo e automação de marketing podem ajudar as empresas a venderem mais e se relacionarem melhor com os seus clientes dentro da seguinte premissa: “Em um cenário de economia estagnada e orçamentos apertados, o desafio é encontrar formas criativas e mais produtivas para aumentar os resultados de suas ações”.
Como incluir uma empresa no século XXI e qual a característica que a torna fora da “Era moderna”?
A forma de incluir uma empresa no século XXI, seja lá qual for o seu ramo de atividade, com toda certeza, é através da inovação e da inclusão digital. Empresas que tiverem a mentalidade “vou continuar fazendo as coisas como sempre fizemos, pois elas sempre funcionaram bem assim” estão fadadas ao fracasso e com toda a certeza estão fora da “Era Moderna” ou se preferir “Era Digital”.
Empresas que ainda não possuem site estão fora de sintonia com o atual contexto de mercado?
Com toda certeza! O Brasil possui mais de 105 milhões de internautas, com projeções para atingir 123,3 milhões até 2017, segundo a eMarketer, dos quais 85% utilizam o Google como principal ferramenta para pesquisar informações sobre conteúdos diversos, tomar decisões e comprar. Portanto, ter uma forte presença online é essencial para a sobrevivência da maioria das empresas hoje em dia e o site da empresa é o quartel general da estratégia digital.
Qual a importância de um bom website corporativo?
Para encantar os consumidores na Era Digital, é preciso oferecer experiências cada vez melhores e, a primeira coisa que a empresa deve pensar, é na necessidade de ter um moderno website e/ou loja virtual. O website e/ou a loja virtual da empresa, conforme citado na pergunta anterior, deve ser o quartel general da estratégia digital e é a partir deles que as empresas devem desenvolver as suas ações de marketing digital, incluindo a estratégia de conteúdo, automação, mídia social, publicidade online e SEO.
Em sua opinião, qual a maior dificuldade que os pequenos empresários possuem para se inserir na internet?
Acho que a maior dificuldade está em abandonar um modelo mental e de negócios que sempre funcionou, mas que está cada vez funcionando menos. É aquele velho ditado: “Ou você muda com o mundo ou o mundo muda com você”. Reforço novamente que as empresas que não tiverem a inovação em seu DNA estarão fadadas ao fracasso.
Muitos empresários sofrem com os chamados “jeitinhos”, profissionais que cobram muito barato, mas normalmente entregam um serviço com baixa qualidade. Nesses casos, é correto dizer que “o barato sai caro”?
Ah, com certeza! O dinheiro gasto no desenvolvimento de um website não pode ser encarado como um custo e sim como um investimento. Se o empresário economizar, ele não vai gastar menos e sim investir menos. Isso acaba gerando aquela falsa conclusão: o empresário coloca o sobrinho que ainda está na faculdade para cuidar do site e do marketing digital da empresa. Os resultados esperados não vêm. O empresário comemora por ter investido pouco e chega a conclusão que o marketing digital não serve para a empresa dele.
Ainda podemos dizer que o boca a boca é uma das principais estratégias de marketing existentes nos dias atuais?
As indicações sempre foram de essencial importância para qualquer empresa. Na era pré-internet, quando a comunicação em massa ainda fluía em direção única, uma empresa até conseguia sobreviver no mercado com um mau produto ou serviço, bastando anunciá-lo exaustivamente. Até a propagação negativa boca a boca ser disseminada, ainda daria para vender bastante. Hoje, de fato, as indicações podem mudar o destino das empresas para sempre e numa velocidade muito mais rápida do que elas podem perceber. Assim como a web foi ganhando potência, 1.0, 2.0, 3.0, as recomendações boca a boca também o foram, e o bem ou o mal que um consumidor pode causar hoje em dia é muito maior do que, acredite se quiser, a maioria dos executivos se deu conta. É difícil de acreditar, mas ainda tem muita gente que acha que dá para passar os consumidores para trás, contentando-se em oferecer ao mercado um serviço medíocre. Gosto de exemplificar o caso com a imagem abaixo.
Qual a importância do marketing empresarial na conquista do cliente?
O marketing é a técnica empresarial mais importante na conquista dos clientes. Parafraseando Peter Drucker, patrono da Academia Brasileira de Marketing e o papa da administração moderna: “o marketing é muito mais amplo que qualquer departamento, compreende todo o negócio. É o negócio inteiro olhado do ponto de vista de seus resultados finais, isto é, sob a ótica do consumidor”.
Em sua opinião, para vender bem o seu produto, por onde uma empresa deve começar? Qual o primeiro passo a ser dado?
Esta é uma pergunta bem ampla e não dá para respondê-la em poucas linhas, mas vou tentar resumir o que acho mais importante. A primeira coisa, com certeza, é a empresa ter um produto de qualidade e que atenda às necessidades do mercado (mesmo que ele seja uma commodity). Aquele velho ditado que bom vendedor vende qualquer coisa já era. Além disso, você precisa ter boas equipes de vendas e marketing que trabalhem de forma integrada. É muito comum vermos as duas áreas competirem nas empresas ao invés de se ajudarem, seja por briga de egos ou por budget. As empresas que não conseguirem criar genuína sinergia entre vendas e marketing com certeza terão suas vendas prejudicadas, podendo inclusive colocar sua existência em risco.
Philip Kotler, um dos especialistas em marketing mais renomados do mundo, diz que, em alguns anos, os budgets das grandes empresas estarão divididos em 50% para o digital e 50% para o analógico. Você concorda com isso?
Concordo plenamente! Sabemos que a maior parte do budget publicitário das grandes empresas vai para a televisão, porém também sabemos que a audiência da internet cresce cada vez mais. Segundo a Pesquisa Brasileira de Mídia 2015, encomendada anualmente pela SECOM, os brasileiros que possuem acesso à TV e à Internet já passam mais tempo por dia na internet do que na televisão (4h59 por dia navegando na internet x 4h31 por dia vendo TV de 2ª a 6ª feira). A audiência da TV ainda é bem maior, com 95% dos entrevistados afirmando que assistem TV diariamente em detrimento de 48% que acessam a internet, porém é questão de tempo (pouco tempo) para a internet alcançar a televisão em número de usuários também. Apesar do crescimento saudável e do constante uso da internet por parte dos brasileiros, ainda vejo muita empresa completamente despreparada para enfrentar esta nova realidade. As grandes marcas ainda estão investindo pesadamente em campanhas para televisão (que, segundo o IBOPE Media, respondeu por 52,9% da verba publicitária em 2013) e as médias e pequenas empresas ainda investem muito na forma de venda tradicional, que não tem a mesma eficiência de 10 anos atrás.
Podemos considerar o marketing como essencial para o networking?
Tem crescido muito nos EUA uma nova técnica de vendas denominada “venda social”, que nada mais é do que a prática de networking nas redes sociais por parte dos vendedores. Bem resumidamente, os vendedores precisam interagir com os consumidores nas redes sociais com o intuito muito mais de ajudar do que de vender, para, a partir daí, despertar o interesse dos consumidores em seus produtos e serviços. Neste processo, o marketing precisa fornecer conteúdos diversos (artigos, e-books, vídeos tutorias etc.) para a equipe de vendas poder trabalhar melhor essas interações. Dentro desse contexto, com certeza o marketing é essencial para o networking.
Como você enxerga as redes socais? Acredita que a internet serve como aliada para o marketing empresarial?
Eu enxergo as redes sociais como ótimos canais para as marcas se comunicarem com os consumidores. Lembrando que as redes sociais são canais de comunicação de mão dupla. Não basta publicar e esquecer, é preciso interagir e engajar. A internet é fundamental para o marketing moderno.
O setor de cerâmica tem como características a gestão familiar, onde o legado é passado de pai para filho. Em sua opinião, qual o papel desempenhado pela “Geração Y” nas redes sociais online? Há abertura para outras gerações?
A Geração Y (ou Milênios) está começando a assumir cargos intermediários nas empresas. Outro dia mesmo eu estava em uma reunião comercial em uma grande empresa de TI negociando com um “milênio” de 28 anos. Esta geração é super antenada no digital (nas inovações em geral) e vejo com muito bons olhos esta transição que começa a ocorrer nas empresas familiares.
Qual sua principal dica para o ceramista que quer usar a internet como uma ferramenta para atrair mais vendas?
A principal dica é para ele investir em um moderno website, que seja responsivo (abra em dispositivos móveis), e contratar uma boa agência de marketing digital, que entenda de marketing de conteúdo, automação de marketing e que seja focada em desempenho.